Após o Ministério da Saúde criar a campanha nacional “Julho Amarelo” e adotar o mês para luta, prevenção e controle das hepatites viriais, organizações governamentais e da sociedade civil se mobilizam no País inteiro para alcançar o recente Plano de Eliminação estabelecido pelo órgão federal para os anos de 2018 a 2025.
Em Sergipe, essa mobilização não é diferente. Para intensificar as ações, a Associação dos Amigos da Oncologia – AMO abraçou a campanha nacional desde a primeira semana de julho e promoveu na manhã desta terça-feira, 24 de julho, palestra de conscientização, imunização contra a Hepatite B e testes rápidos para HIV, Sífilis e Hepatites B e C.
As ações de conscientização e de prevenção, de vacinação e de testagem foram realizadas e apoiadas respectivamente pelo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador – Cerest, pela Coordenação da Vigilância Epidemiológica e pela Gerência de Infecções Sexualmente Transmissíveis – ISTs, três grandes setores estratégicos da Secretaria da Saúde, da Prefeitura de Aracaju.
CONSCIENTIZAÇÃO
A enfermeira Dernivânia Ferreira, técnica de referência do Cerest e atualmente responsável pelo Protocolo de Acidentes com Exposição a Materiais Biológicos, palestrou durante a ação e abordou sobre a prevenção e profilaxia das hepatites virais, suas formas de contaminação, gravidade e complicações com as doenças manifestadas e sobre os fluxos de atendimento no serviço público de saúde de Aracaju para quem sofreu algum tipo de exposição.
“Para quem sofreu algum tipo de exposição (em acidente no ambiente de trabalho, por relação sexual consentida ou por violência sexual), deve procurar atendimento no Hospital Municipal da Zona Sul Fernando Franco, no bairro Augusto Franco, ou no Hospital Municipal da Zona Norte Nestor Piva para profilaxia pós-exposição”, orienta a técnica de referência.
Ainda segundo a enfermeira, a profilaxia pós-exposição para hepatites virais deve ser imediata e para o vírus do HIV deve ocorrer, preferencialmente, nas primeiras duas horas após exposição para máxima eficácia. Após a profilaxia nos hospitais municipais, o paciente segue para acompanhamento médico na Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência. E os casos de violência sexual são encaminhados para a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes”, explica a técnica.
IMUNIZAÇÃO E TESTES RÁPIDOS
Com o empenho de uma equipe de profissionais de saúde da Coordenação Epidemiológica e da Gerência de ISTs de Aracaju, 60 pessoas foram imunizadas com a vacina contra a Hepatite B e 72 pessoas realizaram os testes rápidos para HIV, Sífilis e Hepatites B e C durante quatro horas, totalizando 304 testes rápidos, com resultados entregues em 15 minutos após punção digital para coleta de uma gota de sangue. Na confirmação de testes reagentes, a orientação é de encaminhar o paciente para a Unidade Básica de Saúde, para caso de sífilis; ao Cemar – Centro de Especialidades Médicas de Aracaju, para caso de HIV; e para o Hospital Universitário, no caso de hepatites virais.
O agricultor José Ailton Nascimento, de 57 anos, residente na cidade de Lagarto, assistido pela AMO e um vitorioso na luta contra o câncer de mama, foi um dos interessados na imunização e nos testes rápidos. “Nunca é demais cuidar da saúde. Não lembro de ter tomado essa vacina. Tenho quase certeza de que nunca tomei. Na dúvida, vou tomar e fazer os testes rápidos”, explicou antes de se vacinar. Além da ação de hoje, a Associação realizou no início do mês um encontro de conscientização com o médico sanitarista Almir Santana, gerente do Programa Estadual de ISTs/Aids/Hepatites Virais, com o mesmo tema para os assistidos.
SOBRE AS HEPATITES
São cinco os tipos mais comuns de hepatites virais (A, B, C, D e E). A hepatite A é a infecção mais incidente e está relacionada às condições de saneamento básico e higiene pessoal. A hepatite B é também uma infecção prevalente entre as hepatites e tem transmissão por via sexual e por contato sanguíneo. A hepatite C é considerada uma das maiores epidemias virais, sua transmissão ocorre por contato sanguíneo, podendo causar cirrose, câncer de fígado e morte e é hoje a principal causa de transplante hepático. As hepatites A e B possuem vacina. A hepatite C não.