Há alguns anos, no mês dedicado às mulheres, uma campanha de controle do câncer de colo do útero ganha forças de órgãos de saúde, instituições sociais e sociedades médicas em todo o Brasil. Por isso, a Associação dos Amigos da Oncologia – AMO aproveita a oportunidade para apoiar o Março Lilás, mês que marca um período de atenção especial à saúde da mulher, para alertar e conscientizar a população sergipana sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do combate ao câncer de colo uterino, também conhecido como câncer cervical.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer – INCA, o câncer do colo do útero é um dos mais frequentes tumores na população feminina. A estimativa mundial coloca o câncer cervical como o quarto mais frequente em todo o mundo com 570 mil casos novos todos os anos. No Brasil, ele é o terceiro tumor maligno mais frequente e a quarta causa de mortes entre as mulheres. As estimativas nacionais dão conta de 16.590 casos novos, em todo o país, para cada ano do triênio 2020-2022. Estimam-se, só para a Região Nordeste, 5.250 casos novos, sendo 240 casos novos em Sergipe e 60, em Aracaju.
FATORES DE RISCO
O câncer do colo do útero é causado pela infecção persistente de alguns subtipos oncogênicos do Papilomavírus Humano, o HPV. Segundo a American Cancer Society – a Sociedade Americana de Combate ao Câncer – a infecção genital por Papilomavírus Humano – um vírus de contato – é muito frequente e, na maioria das vezes, não causa doença alguma. No entanto, em alguns casos, alterações celulares ocorrem e podem evoluir para o câncer.
Além da infecção persistente pelos subtipos oncogênicos do HPV, alguns fatores de risco contribuem para aumentar o risco de se desenvolver o câncer de colo do útero. O início precoce da atividade sexual é um deles. O INCA alerta também para o cuidado com a atividade sexual com múltiplos parceiros, com o tabagismo (pois a doença está diretamente relacionada à quantidade de cigarros fumados) e, com muita atenção, para o uso prolongado de pílulas anticoncepcionais.
PREVENÇÃO
Na grande maioria das vezes, o câncer de colo do útero é evitável com os seguintes métodos preventivos combinados: a vacinação contra os subtipos oncogênicos do HPV; o uso de preservativos com o objetivo de reduzir o risco de contágio do vírus pela via sexual; e o exame preventivo conhecido como Papanicolau, que deve ser feito periodicamente por todas as mulheres após o início da vida sexual a fim de detectar precocemente alterações pré-cancerígenas e tratá-las para não evoluir para um câncer.
VACINAÇÃO
O Sistema Único de Saúde – SUS disponibiliza gratuitamente a vacina HPV quadrivalente nas unidades básicas de saúde. A vacina é ofertada com duas doses para meninas com idade entre 9 e 14 anos e meninos com idade entre 11 e 14 anos. Mulheres e homens vivendo com HIV/ Aids de 9 a 26 anos também devem ser vacinados. A vacina também está disponível para transplantados de médula óssea e órgãos sólidos e para pacientes oncológicos de ambos os sexos de 9 a 26 anos.
Neste mês de março, por meio do ofício n. 203/2021, o Programa Nacional de Imunizacões ampliou a cobertura de vacinação para mulheres com imunossupressão e com idade de até 45 anos. Agora, mulheres com útero vivendo com HIV/ Aids, transplantadas e pacientes oncológicas têm acesso à vacina do HPV com aplicação de três doses. A ampliação se deve pelo risco aumentado que essas mulheres têm de desenvolver o câncer cervical (5 vezes maior) em relação à população em geral.