A Associação dos Amigos da Oncologia – AMO abraça o movimento internacional ‘Novembro Azul’ com o objetivo de conscientizar a sociedade e a população de alto risco com mensagens de autocuidado e saúde do homem e sobre a importância das políticas de rastreamento e do diagnóstico inicial do câncer de próstata. A campanha institucional consiste em ações educativas, distribuição de laços azuis, decoração e iluminação temáticas, divulgação de conteúdos informativos e apoio a pacientes diagnosticados e em tratamento de câncer de próstata.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer – INCA, o câncer é o principal problema de saúde pública no mundo e está entre as quatro principais causas de morte prematura na maioria dos países. A estimativa mundial destaca o câncer de próstata como o segundo mais frequente em homens no mundo. Cerca de 1,4 milhão de casos de câncer de próstata foram estimados em todo o mundo só no ano de 2020. No Brasil, o INCA estima 71.730 casos novos só para este ano de 2023, o que corresponde a 30% do total de câncer em homens brasileiros. Em Sergipe, a estimativa é de 870 casos novos para este ano, sendo 230 casos só em Aracaju.
SINAIS, SINTOMAS E FATORES DE RISCO
Segundo a American Cancer Society – a Sociedade Americana de Combate ao Câncer, o câncer de próstata não costuma apresentar sintomas no estágio inicial. Já no estágio avançado, ele pode causar micção frequente, fluxo urinário ou interrompido, nictúria (vontade de urinar com frequência à noite), sangue na urina ou no semen, disfunção erétil, dor no quadril, nas costas, nos ombros ou em outros ossos com a disseminação da doença e fraqueza ou dormência nas pernas.
O principal fator de risco para o câncer de próstata é a idade e a sua incidência aumenta significativamente a partir dos 50 anos. A história familiar também é igualmente importante para se observar, assim como a hereditariedade e a genética (a exemplo da síndrome de Lynch e mutações nos genes BRCA1 e BRCA2). Outros fatores de risco, mais relacionado ao consumo, ao estilo de vida e ao trabalho, precisam ser considerados como o tabagismo, o sedentarismo, o excesso de gordura corporal e a exposição a arsênio e produtos de petróleo.
RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO PRECOCE
Os exames de rastreamento para o diagnóstico do câncer de próstata são sempre recomendados e avaliados pelo médico, em regra, por um urologista que avalia o risco para o câncer. Eles se resumem ao toque retal, ao nível de PSA (Antígeno Prostático Específico) e a biópsia da próstata (pequeno fragmento da próstata coletado e enviado para análise em laboratório de patologia).
A recomendação das sociedades médicas é de iniciar o rastreamento anual do câncer de próstata em homens com risco padrão a partir dos 50 anos. O início do rastreamento reduz para os 45 anos quando se tratar de afro-brasileiros e homens com alto risco para o câncer de próstata (com parentesco de primeiro grau – pai ou irmão) e para os 40 anos de idade quando o risco for ainda maior, para aqueles com mais de um parente de primeiro grau que teve câncer de próstata em idade precoce.
TRATAMENTO E APOIO
O tratamento do câncer de próstata, a depender do estágio, se inicial ou avançado, pode se resumir à cirurgia, à quimioterapia, à radioterapia e à hormonioterapia. O processo envolve médicos (urologista, cirurgião, oncologista clínico, radioterapeuta) e equipe multidisciplinar (assistente social, enfermeiro, psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta).
A AMO, enquanto Associação de Pacientes, acolhe atualmente 5.847 pessoas com câncer entre crianças, adolescentes, adultos e idosos, oriundos da capital e interior de Sergipe e de algumas cidades próximas dos estados da Bahia, de Alagoas e de Pernambuco. Usuários do Sistema Único de Saúde e em condições de vulnerabilidade social e econômica, daquele total de pacientes, 1.752 ou quase 30% são homens e 538 deles são pacientes com câncer de próstata, em estágio inicial ou avançado, em tratamento ou no controle da doença, ou ainda, em cuidados paliativos.
NOVEMBRO AZUL
A campanha internacional Novembro Azul surgiu na Austrália no ano 2003 para comemorar o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata e o Dia Internacional do Homem, celebrado em 19 de novembro, com o apoio da Organização das Nações Unidas – a ONU. Para quebrar o preconceito, a campanha intensifica ações maiores para o câncer de próstata com ênfase em sua prevenção e diagnóstico precoce. Nos últimos anos, a conscientização tem se voltado também para outras doenças masculinas como a depressão, câncer de pênis, câncer de testículo, problemas cardíacos, diabetes mellitus, dentre outros.